Uma ideia mais aceita é a de que os Micênios, que amavam as guerras e já faziam uso de carros de combate, foram responsáveis pelo que os homens de negócios de hoje chamariam de "tomada hostil". Quando chegaram dominando a Grécia continental, aparentemente trouxeram consigo seus próprios deuses, bastante antigos, como o pai do céu, Zeus; a mãe da terra, Deméter; e Héstia, a deusa virgem do lar. Os camponeses locais que foram subjugados deviam cultuar uma outra antiga mãe da terra, que veio a se tornar Hera. E o próprio casamento tempestuoso de Zeus, o deus do céu e dos conquistadores, e Hera, a deusa da fertilidade dos conquistados, talvez simbolize a união dessas duas mitologias. Outro indício de que muitos dos mitos e lendas gregas tenham se originado, da forma como os conhecemos, no Período Micênico, é o fato de que, nesse período, o poder se concentrava nas cidades que mais aparecem na mitologia grega, Micenas, Tirinto e Tebas.
Micenas e quase todos os outros povoados da Grécia continental foram destruídos logo após 1.200 a.C., dando lugar a idade das trevas, o terceiro período mais importante da história grega, que durou até cerca de 800 a.C. Os historiadores não sabem explicar o porque de a Grécia Micênica ter entrado em colapso. Talvez as mudanças climáticas tenham causado a fome. Há suspeitas, também, de que a causa tenha sido a invasão de outros grupos, os chamados dórios, originários do norte da Grécia, que haviam migrado para o sul e forçado muitos micênicos a fugirem para a Ásia Menor. Uma das razões por que o período é denominado Idade das Trevas foi o desaparecimento da escrita grega (que usava a forma Lineas B, adaptada dos minoicos) no período, que só voltou a ser empregada após 800 a.C.
Foi mais ou menos nessa época que algum desconhecido, que tivera contato com a escrita fenícia, inventou o alfabeto grego. O alfabeto fenício continha símbolos para as consoantes apenas; algum anônimo grego, muito esperto, incluiu indicações para os sons das vogais. Pela primeira vez - concordam os especialistas - a escrita conseguiu se aproximar do som da voz humana (e essa é a base da escrita que você está lendo agora). Devido a esse avanço, presume-se que os dois grandes épicos, a Ilíada e a Odisseia, tenham sido escritos após 800 a.C., bem como as obras de um poeta grego chamado Hesíoso, que catalogou a história e as conquistas dos deuses.
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