sábado, 28 de fevereiro de 2015
Fairyland, Pictures from the Elf World por Richard Doyle
Geralmente posto sobre os livros somente na página do blog, mas hoje resolvi fazer diferente e pretendo manter assim posteriormente, sempre que tiver algum livro interessante para mostrar. Neste post de inauguração trago este livro de um verde musgo nostálgico, cujas bordas das folhas são douradas bem como o belo título gravado, que diz 'Fairyland, Pictures from the Elf World' de Richard Doyle.
[caption id="attachment_892" align="aligncenter" width="520"] Páginas com bordas douradas[/caption]
Olhando o interior do livro a gente se encanta com as ilustrações ricas em detalhes, realismo e cores que acompanham os poemas de Allingham. Até então eu ainda não havia me atentado a importância do nome Richard Doyle para a ilustração na era Vitoriana.
Doyle começou a ter sucesso comercial com suas ilustrações em 1830, mas foi em 1840 que ele, realmente, fez seu nome como ilustrador de Contos de Fadas. Ele ilustrou uma série de livros de histórias durante as décadas de 1840 e 1850. Um de seus trabalhos mais conhecidos é 'Ruskins - The King of The Golden River' (1850). Doyle não ficou apenas com os livros, também trabalhou na revista 'Punch'. Foi o responsável pela ilustração de capa da primeira edição da revista e também criou a arte do mastro, que permaneceu inalterada por mais de um século.
[caption id="attachment_893" align="alignleft" width="245"] Gravura da página de título[/caption]
No que diz respeito a seu trabalho criativo, Doyle encontrou-se no lugar certo, na hora certa, e foi abençoado com uma aptidão para retratar visualmente fantasia e contos populares. Na época ele teve uma visão que lhe permitiu, talvez, enxergar as coisas como uma criança veria, o que foi inigualável. Sua obra-prima é, indubitavelmente, 'Fairyland, Pictures from the Elf World'. No livro ele incluiu um poema de Willian Allingham, impresso por Edmund Evans e publicado pela Longman em tempo para o natal de 1869, (datado de 1870)
O livro tem 16 placas de cor e 36 ilustrações nas páginas de título e, aparentemente, Doyle teve livre arbítrio para criar. Isso mostra que as ilustrações são cheias de romantismo e condizentes com o poema de Allingham. Ele foi escolhido como um dos melhores exemplo de livros da Era Vitoriana.
[caption id="attachment_894" align="aligncenter" width="520"] Um ensaio em Fairyland. Um duende musical ensinando jovens pássaros a cantar[/caption]
Então sobre as Fadas - O que são Fadas e Duendes? Há muitas interpretações de Fadas e Elfos, mas o consenso geral de opinião é que eles são muito pequenos de corpos semelhantes ao de humanos e são criaturas aladas. Eles tem vidas extremamente longas e dizem que eles possuem poderes mágicos. Elfos são frequentemente citados como sendo criaturas cautelosas, Fadas, por outro lado são famosas por sua natureza perversa. As duas imagens, de Doyle, abaixo, parecem desmentir esses fatos. O pequeno Elfo vermelho, na tentativa de subir no ninho do pássaro, faz um olhar ligeiramente diabólico, enquanto o grupo, em repouso sob o tamborete, parece ser bem angelical.
[caption id="attachment_895" align="alignright" width="300"] Elfos travessos e em repouso[/caption]
Elfos são originais de histórias pagãs e aparecem em muitas das histórias da Mitologia Celta. Elfos são uma antiga raça de criaturas mágicas, com corpos magros, longos e orelhas pontudas. As Fadas, dizem ser suas descendentes. Os Elfos eram muito ligados a terra e a natureza e as Fadas acabaram assumindo seu papel nessa tradição. As Fadas vivem na natureza e são representações do ar, terra, água, fogo e espírito das árvores.
[caption id="attachment_896" align="aligncenter" width="520"] Elfos Travessos em Fairyland[/caption]
Novamente, na imagem a cima, o retrato dos Duendes de Doyle e Allingham é diferente da ideia original que foi proferida. Seus Elfos ainda são fiéis às representações físicas da criatura, eles são magros, ágeis, com as pontas das orelhas pontiagudas, mas eles são brincalhões e travessos também. Eles são retratados como se estar perto da natureza o fizesse se divertir com ela. Uma relação de reciprocidade em que os animais de pequeno porte se divertem pregando peças nos próprios Elfos.
[caption id="attachment_897" align="aligncenter" width="520"] Elfos em Fairyland[/caption]
Algumas páginas do livro possuem uma coleção de imagens sobre eles. A imagem a cima mostra quatro pontos de vista muito pitoresco da vida "élfica" e no canto superior esquerdo da página temos o vislumbre de uma Fada.
[caption id="attachment_898" align="alignleft" width="300"] Gravuras elegantes[/caption]
Muitas das apresentações são acompanhadas por curtas passagens, maravilhosas, que descrevem as imagens coloridas. Muitas vezes essas passagens são digitadas como uma carta com o corpo do texto correndo, ligeiramente, ao redor de cada gravura. Cada imagem engloba tanta imaginação e detalhe que algo novo pode ser visto pelo leitor a cada viagem através do livro.
Então como podemos ver essas criaturas em torno de nós? Diz-se que os mortais não podem, muitas vezes, ver as Fadas por causa da divisão dos mundos, mas, de vez em quando, podemos obter um vislumbre deles, que dizem acontecer, muitas vezes, durante o crepúsculo, quando o véu dos mundos, brevemente, se separa. Você poderia tentar escolher um trevo de quatro folhas e deitar-se calmamente sobre a grama enquanto procura com atenção. Ou tentar encontrar uma pedra com um buraco natural, basta olhar através do buraco e você os verá. Mesmo que alguns acreditem, fielmente, que ainda se pode ver as Fadas hoje, esses relatos diminuíram muito do século XVIII pra cá. Uma vez firmemente arraigados na mente dos homens, hoje as Fadas podem estar em declínio. O fato de que as pessoas podem vê-los cada vez menos, faz com que alguns argumentos sobre o desaparecimento das Fadas se fortaleçam.
[caption id="attachment_899" align="alignright" width="300"] Crepúsculo... Quando o véu dos dois mundos se separam![/caption]
Se isso tudo for para ser levado como verdade, então pode ser porque as pessoas deixaram de acreditar neles. Nós, como adultos, esquecemos de como usar nossa imaginação de tão variadas formas e podemos ter esquecido de viver nossa ingenuidade infantil. Acho válido dizer que tanto Richard Doyle quanto Willian Allingham tinham uma imaginação abundante e ainda mantinham essa ingenuidade infantil. Talvez eles realmente viram esse mundo das Fadas por um tempo mas isso nós nunca saberemos.
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015
Irmãos Grimm Homeland por Kilian Schoenberger
Crescer com uma grande floresta atrás de sua casa fez com que Kilian Schoenberger se interessa-se ainda mais por paisagens misteriosas e seus esconderijos. O Fotógrafo alemão uniu suas duas paixões e utilizou essas paisagens e antigas histórias da sua terra natal para criar uma série de ilustrações fotográficas inspiradas nos contos dos Irmãos Grimm. Fotografado em áreas rurais remotas, do continente Europeu, O Fantástico mundo dos Irmãos Grimm (como eu entitulei) é dominado por imagens de nevoeiros assombrosos, árvores retorcidas e casas escuras que esperamos que sejam abandonadas. As fotografias de Kilian evocam o silêncio por trás de um susto, quando você espreita através das árvores e o sussurro só espera o cair de um galho para ecoar.
Seu trabalho, como fotógrafo, é incrível mas o que o torna ainda mais especial é o fato de que ele é daltônico. Antes de imprimir qualquer uma de suas fotografias, elas passam pela revisão de um colega de sua confiança, para garantir que as cores estejam ok! "As cores são sempre um jogo de azar pra mim" diz ele.
Porém, em seu trabalho com as florestas ele vê esse obstáculo como uma vantagem. Ele explica "Eu não tenho que me concentrar na separação singular das cores e assim, consigo me concentrar apenas na composição da imagem, para que ela fique sempre convincente"
Separando as cores ou não, suas fotos são imperdíveis e, realmente, muito convincentes. Um trabalho encantador e digno de minutos de observação! Ou vai dizer que você não fica tentando descobrir qual conto dos Grimm melhor se encaixaria em cada foto? rs
[gallery type="square" ids="881,882,883,884,885,886,887,888"]
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
Alice no País das Maravilhas por Luiz Zerbini
Ontem postei uma ilustração de Alice na página do blog e um dos leitores (Alexandre) sugeriu que fizéssemos uma postagem sobre o trabalho de Luiz Zerbini para o livro de 'Alice no País das Maravilhas' da editora Cosac Naif com tradução de Nicolau Sevcenko. Foi aí que me dei conta de que eu tenho este livro, mas nunca havia mostrado ele aqui pra vocês! rs Doida.
Hoje tirei vááárias fotos pra mostrar para vocês não só o livro mas, principalmente, as ilustrações que esse artista plástico incrível levou 3 anos para concluir!
INICIO
[caption id="attachment_845" align="aligncenter" width="640"] Logo que abrimos o livro já damos de cara com um dos trabalhos de Luiz. (ignorem as patinhas ali atrás rs)[/caption]
[gallery type="square" ids="844,846,847"]
CAPÍTULOS E TRIDIMENSIONALIDADE
[caption id="attachment_849" align="aligncenter" width="640"] Simplesmente amo como a tridimensionalidade das gravuras interagem com o a gente <3 (não dá vontade de entrar por essa porta?)[/caption]
[gallery type="square" ids="850,851,853,854,855,856,857,858,859"]
CORES
[gallery type="square" ids="861,862,863,864,865,866,867,868,869"]
FINAL
[caption id="attachment_870" align="aligncenter" width="640"] O Final conta com o Posfácil; Sobre os autores e a Bibliografia.[/caption]
[gallery type="square" ids="871,872,873"]
Para Entender melhor como as imagens foram feitas e saber um pouco mais sobre a vida de Luiz Zerbini assista ao vídeo abaixo e divirta-se ;)
[embed]https://www.youtube.com/watch?v=NFjxwK8z2CQ[/embed]
Gostaram? Quer esta Alice aqui de baixo pra você? Encomende AQUI!
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015
Rosa Branca e Rosa Vermelha dos Irmãos Grimm
Uma pobre viúva vivia isolada numa pequena cabana. Em seu jardim havia duas roseiras: em uma florescia rosas brancas, e, na outra, rosas vermelhas. A mulher tinha duas filhas que se pareciam com as roseiras: uma chamava-se Rosa-Branca; a outra Rosa Vermelha. As crianças eram obedientes e trabalhadeiras. Rosa-Branca era mais séria e mais meiga que a irmã. Rosa Vermelha gostava de correr pelos campo: Rosa-Branca preferia ficar em casa ajudando a mãe. As duas crianças amavam-se muito e quando saíam juntas, andavam de mãos dadas...
Elas passeavam sozinhas na floresta, colhendo amoras. Os animais não lhes faziam mal nenhum e se aproximavam delas sem temor. Nunca lhes acontecia mal algum. Se a noite as surpreendia na floresta elas se deitavam na relva e dormiam.
Uma vez, passaram a noite na floresta e, quando a aurora as despertou, viram uma linda criança, toda vestida de branco sentada ao seu lado. A criança levantou-se, olhou com carinho para elas e desapareceu na floresta.
Então viram que tinham estado deitadas à beira de um precipício e teriam caído nele se houvessem avançado mais dois passos na escuridão. Contaram o fato à mãe que lhes disse ser provavelmente o anjo da guarda que vigia as crianças.
As meninas mantinham a choupana da mãe bem limpa. Durante o verão, era Rosa-Vermelha que tratava dos arranjos da casa e no inverno, era Rosa-Branca. Á noite, quando a neve caía branquinha e macia, Rosa-Branca fechava os ferrolhos da porta.
Infográfico: Princesas Disney
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
Assistimos: Caminhos da Floresta
Semana passada foi a minha vez de ir ao cinema. Assisti, finalmente, Caminhos da Floresta (Into the Woods), filme adaptado do musical da Brodway de mesmo nome que contou com estrelas como Meryl Streep e Johnny Depp. O longa está concorrendo na categoria de melhor figurino do Oscar (não é pra menos, eles são invejáveis), para saber mais sobre ele veja nossas postagens antigas aqui e aqui!
O Musical
O filme é quase inteiro cantado, o que me surpreendeu bastante já que, mesmo quando se trata de musicais, parece que a música é sempre deixada apenas como plano de fundo. A interação inicial das personagens acontece sempre através de uma canção e o mesmo acontece com vários diálogos da trama. Obs: As músicas colam na cabeça. Se ainda não assistiu, prepare-se!
Johnny Depp
O bonito aparece no filme BEM menos do que eu esperava, basicamente ele só faz a cena clássica de encontrar a Chapeuzinho na floresta > se fantasiar de vovó > come-la > morrer > Fim do Lobo.
Meryl Streep
Preciso dizer alguma coisa? Maravilhosa, impecável, uma bruxa fantástica e única.
Príncipes
O longa conta com a presença de dois príncipes, o da Cinderela e o da Rapunzel. Eles foram os responsáveis por encenarem, juntos, a cena/música que eu mais gostei no filme todo. Foi muito cômico gente. Os dois são irmãos e estavam frustrados porque no caso de um, a princesa sempre fugia após o baile (Cinderela) e no caso do outro a amada estava presa no alto de uma torre e sem portas (Rapunzel)! Os sofredores interpretam uma canção exagerada, cômica e dramática, dá pra tirar algumas risadas.
SPOILER!!!
Fiquei passada com o final desse filme. O ponto de interrogação não saia da minha cabeça. Como assim? A esposa do padeiro morreu caindo de um penhasco logo após ter traído o marido com o príncipe da Cinderela, que resultou na nova família: Padeiro + Cinderela + João e o pé de feijão e Chapeuzinho (que perderam suas famílias) + bebê (filho do padeiro e sua esposa falecida) ???????????????????????????????????
hahaha doideiras a parte, o filme é bom, talvez não tanto pela história mas pela atuação, fotografia e canções, que são incríveis!